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Olá leitores, primeiramente agradeço a todos vocês que acompanham cada edição, e também ao meu blog. Boa leitura a todos, e que sejam bem vindos.

domingo, 2 de janeiro de 2011

O Homem-Caranguejo (Storytelling)

Relato:

A criatura dita homem-caranguejo tem seus relatos obscuros das mais diversas fontes. Suas origens de fato são desconhecidas. Mas o tempo fora promissor em fornecer várias fontes de histórias e relatos. Claro, ninguém sério ou normal levaria tal hipótese adiante ou a submeteria a verificação. Qualquer criatura sã e consciente definitivamente rirá de um interlocutor assim, exceto talvez “nas Alagoas”, já diriam um 'Sargento Getúlio' da vida.



No 'Ciriji', os clãs mantêm seus registros, ordens obscuras e terceiras mantêm seus registros, 'aqueles que não são mencionados' também têm seus registros e suas provas. Afinal, rir de tal fato é normal. Mas convenhamos, se nós os 'outros' existimos, é melhor se precaver mesmo que seja para lembrar-se de uma fábula obscura de uma beata de uma localidade desconhecida de um povoado esquecidos nesses 'sertões'.


Então, preparado? Nós, 'os outros', e nosso pequeno IHVOC coletamos dados e informações cruciais, históricas, fantasiosas e fantásticas. Claro, você fará sua própria pesquisa depois. Pesquisas de campo sempre foram um perigo para qualquer interessado. Mas lembre-se do provérbio siciliano, “é ficar na toca ou arriscar saber onde está o gato”. Não há verdade e conhecimento sério cientificamente 'hablando'.

Por onde começamos? Os relatos antigos falam da velha e notória guerra da fundação. De que? Oh! Valha-me ignorante! Da própria 'sergipanidade'. As guerras iniciais que derramaram sangue que fecundou a semente de Sergipe. Temos as guerras 'luso-francesas', com seus registros literalmente apagados. Não! Não fomos nós, foram os próprios humanos. Aquilo que achamos que fomos um dia, sabe? Certo!...

Continuando, essas guerras, que suspeito que começaram em 1540, com seu ápice em 1589 e sua continuidade até a próxima grande guerra humana, com a mais notória e famosa invasão holandesa. Sim, entendo. Creio que os franceses não gostam desses momentos, os holandeses definitivamente tem melhores lembranças. Bastardos! Certo! Certo! Não me faça rir. Continuemos. Então, o elemento indígena que se viu massacrado por essa criatura desbotada e pálida que chamamos atualmente homem civilizado, revidou, parece ser um consenso comum frente ao dilema do homem-caranguejo. Sim, obtive esses registros. Não se sabe ao certo, se o indígena fez, ele mesmo, a coisa, fez acordo ou pacto com a criatura, ou mesmo se usou mercenários sobrenaturais, ou ofereceu o sacrifício supremo em pagamento. Oh! Criatura! Sacrifício supremo: eles morreram dando sua vida. Então, sabe-se que depois, ou mesmo em alguns relatos durante o grande massacre de 1589, soldados, pessoas e vítimas diversas sumiam nos mangues e proximidades. Sem dúvida esse revide ancestral não funcionou como esperado. Os massacres continuaram e as vítimas eram dadas como baixas comuns desses sertões e suas febres quartãs. Sim, é termo arcaico.

Então, é aí que a história começa. Sério! Os relatos continuaram, principalmente com as sociedades escondidas, enquanto os índios morriam pela espada, doença e desespero, esquecia-se a solução e resposta desse dilema. Os séculos passaram, veja só, e os relatos pequenos continuaram. Esporádicos e ameaçadores. Vamos a alguns relatos estranhos e intrigantes. Alguns falam de demônios que acompanham a criatura, clamando o sangue da vítima previamente e as aterrorizando-as. Outros dizem que isso são as vítimas dos séculos gritando avisos e fazendo de tudo para que elas não pereçam frente a essa grande aberração. Então, é aí que os relatos ficam complicados, muitos usam de seus conhecimentos místicos e religiosos para explicá-los. Dizem que há um ritual que invoca o deus da guerra babilônico e ele responde mandando seu avatar. Um ritual complicado que requer sangue de inocentes derramado. Um ponto que combina de fato com os incidentes indígenas, mas não esclarece: complica. Como que os índios teriam acesso a um ritual babilônico de quatro mil anos ou mais já nos 1500? Outros relatos falam de conquistadores de civilizações anteriores. Talvez exploradores fenícios. Mas aí teríamos deuses fenícios, não deuses babilônicos. Como explicar isso?

Os relatos concordam com algo: a criatura é massiva, sádica, perversa e ostensivamente hostil. Alguns relatos suspeitos falam de uma raça esquecida e esses seres é que fazem o ritual para invocar seu deus. O que torna a atividade indígena não um revide ao massacre, mas um sacrifício último de salvar o gênero humano, independente do povo que sobrevivesse ao massacre. Normalmente esses relatos vêm de grupos mais simpáticos a esses grupos ou contrários às religiões cristãs e sua idiocrassia repugnante. Temos um grupo perturbador, na melhor das hipóteses nesse mundo afora, a Societas Virgulino. Fora o fato bizarro de considerar o 'Virgulino' um herói, eles tentam em alguns casos, às vezes causando incidentes mortais terríveis, destruir esses 'cultuzinhos insanos de adoradores do capeta' de mexer com essa entidade antiga. Sem dúvida, os arredores secos de Geremoabo se tornaram um campo de batalha, isso desde 1920. Mas por que esse grupo do sertão intervém nesses casos esporádicos no litoral e seus mangues? Talvez a resposta seja mais simples e, como nós, eles estejam atrás de pistas e só. Coisa, contudo, que duvido muito. Outro grupo curioso é a Ordo Dracul, que por cá tomou ares diferente de sua matriz que tem outra visão, e tornou-se uma ávida instituição interessada em informações, coisa por certo que não entendo, mas se você tiver oportunidade um dia, e puder ver seus registros quase de medicina legal, é interessantíssimo. O fato é que eles são, tanto por causa dessas bandas, tanto por causa de sua natureza, relativamente hostis, mesquinhos e paranóicos. Sim, estou me excedendo. São as dores antigas dessa terra que em silêncio sofre e deixa jorrar seu sangue, e tenho o dito.

Chegamos à aparência da criatura. Pense, até os relatos não concordam em algo, exceto o fato de a criatura lembrar um caranguejo em alguma parte de seu ser. Sejam as pinças, o casco, os membros adicionais, os assustadores olhos-antena. Eis aí que a curiosidade muitas vezes supera o terror e leva suas vítimas à morte. Talvez essa seja uma das verdades por trás desse 'mito'.

Então o que podemos concluir com esse estudo até aqui? Nem respondo!...

Não, criatura! E sim que devemos evitá-la a qualquer custo seja qual for nossa intenção, seja o bem ou o mal, seja o controle ou a verdade, não vale à pena ter com ela. Estude os sinais, estude os registros dos rastros. Se alguma coisa vier te devorar, sabes que não deves ser 'o cara'. Pois sim, há mais de quinhentos anos não se tem resposta, sua arrogância e tecnologia só o levarão à morte.

Observação ao relato e questões sobre a aquisição: O relato fora obtido dos IHVOC, os autoproclamados “Instituto Histórico Veritas Orbis Ciriji”, se meu latim estiver correto, coisa que não creio. Também creio que seus hábitos noturnos me deixem muito preocupado, nosso contato que obteve o relato veio muito ferido e com sintomas estranhos. Creio que fomos seguidos.


Ideias para o Narrador: “Esse relato é encontrado em pastas e arquivos ensangüentados”; “Um criminoso invasor portava alguns documentos com brasões e selos quebrados e um estranho pendrive”; “Um contado em biblioteconomia fornece um estranho documento que não sabe como definir a classificação e pede ajuda”.




Fatos Recentes (Ideias de como usar, exemplo de 'fato'):

Um grande ritual antigo fora iniciado, as provas estão à vista do público, braços cortados com precisão tal que chama a atenção, as vitimas, quando encontradas, estão massacradas, moídas durante o processo da fúria do psicopata que o faz. Os braços são encontrados em vários locais, as autoridades humanas estão alvoroçadas e tentam elas mesmas ocultar as provas do público e dos jornalistas sensacionalistas. Sem dúvida, por sua clara natureza, chama a atenção dos vários grupos sobrenaturais ou que lidam com tal. Uma corrida nas sombras se inicia. O grupo chega a um local improvável e esquecido e é levado várias vezes a pistas erradas. Propositadamente são provados e instigados a deixar os rastros das pistas. E cada vez mais o caso se torna mais assustadoramente público (reveses reais podem recair sobre os personagens). Se chegarem, os personagens, a superar todos os avisos, mesmo correndo perigos, encararão o absurdo assassino mais cedo do que poderiam querer, e estarão totalmente despreparados para o absurdo-assassino. Se tiverem sorte, lembrarão da viagem insana e perturbada que sofreram e ainda não terão nem chegado perto de saber o “que foi aquilo?”.


hcarangueijo


A Criatura e sua Natureza:

Não se sabe o que é a criatura. Uma aberração? Uma manifestação de massacres antigos? Invocação de cultos demoníacos? Uma entidade invocada e esquecida? Uma raça malévola que quer seu domínio sobre a terra? (Cabe ao Narrador insano que vai usá-la decidir ou não...)


Entidade/Invocação/Manifestação:

Use numes que se manifestem no plano físico e cause terror. Se chegarem perto ou não se afastarem, use de numes que causem dano físico, de preferência, mortais. A entidade ou entidades podem ser uma única poderosa ou um grupo de entidades que se manifeste e que leve a uma ideia errada da verdade. Seja por avisos de perigo que causem dano, seja um pedido de ajuda e socorro que leve à morte. Só ou em conjunto essa entidade é letal, e seu valor é violência física. Ela fica perto de alagados, mangues, locais encharcados esquecidos, que lembrem a violação à natureza. Por exemplo, ela ficaria nas margens e numa favela de palafitas corrompida e esquecida pela civilização urbana, não num esgoto. A temática é conspurcação, corrupção e violência, não é poluição e dejetos propriamente dito, contudo.


Criatura/Criaturas/Raça ou Manifestação Física:

A criatura existe, não é um mito ou efemeridade. Ela é, pois está ali e fará de tudo para matar. Agirá, contudo como um animal selvagem acuado e furioso, podendo ser malignamente hostil nesse sentido. Mas como 'o tubarão' do filme, ou mesmo 'aliens', ela não será um 'predador' nesse sentido, essa leve diferença é o que pode tornar letal e imperscrutável.


Ficha: Homem-Caranguejo (124 pontos, segundo as regras do: Camarilla Monster Creation Manual. Disponível no site deles).

Atributos: Inteligência 1; Raciocínio 4; Perseverança 2; Força 4; Destreza 4; Vigor 4; Presença 1; Manipulação 1; Autocontrole 4.
Habilidades: Investigação 4; Ocultismo 4; Esportes 4; Briga 4; Dissimulação 4; Sobrevivência 4; Trato com Animais 4; Intimidação 4.
Vantagens: Senso do Perigo 2; Sexto Sentido 3; Ambidestria 3; Costa Forte 1; Desarme 2; Esquiva-briga 1; Gigante 4; Ligeiro 3; Reflexos Rápidos 2; Senso de Direção 1; Resistência à Toxina 2; Resistência Férrea 3.
Tamanho: 7.
Defesa: 4.
Deslocamento: 16/19.
Vitalidade: 12/16.
Força de Vontade: 6.
Iniciativa: 10.

Poderes:
Maior: 'Reserva de Essência': Seja qual for sua força motriz de sua sobrenaturalidade, ela deve vir do sangue e carne de suas vitimas. Essa reserva é de 10 pontos.
Maior: 'Natureza de Caranguejo': A criatura vive no mangue, essa é de sua natureza. Tem a capacidade de processar alimentos como um caranguejo, só que nas proporções do monstro-aberração. Não há pistas de suas vistas.
Maior: 'Força de Defesa das Pinças': Como os caranguejos, ela usa suas pinças como armas, e pode se mostra anormalmente forte, ou melhor, sobrenaturalmente forte. Como Ímpeto 4.
Maior: 'Casco de Caranguejo': Seu casco duro pode ser de muita ajuda. Mas como dizem: “por dentro é molinho!”, Mas até lá. Como Resiliência 4.
Maior: 'Deslocamento de Caranguejo': Pode ser terrivelmente chato e veloz como os 'maria-farinha', mas nas proporções dele letal. Como Celeridade 4.
Médio: 'Pinças': +2 na jogada de dano. Dano letal.
Médio: 'Saberes antigo do Sobrenatural': Desaparece na frente de suas vitimas como um acordar de um pesadelo. Como ofuscação 3.
Menor: 'Digestão': Não deixa muita coisa de suas vitimas. Um poder efetivo parte de sua natureza.
Menor: 'O Lamento dos Mortos': O aviso, a repulsa, o medo. Já é tarde demais. Como Pesadelo 2.